9 de março de 2012

Atendendo a pedidos: Segue carta de Rodrigo e Ana (Novela Vida da Gente)

Rodrigo: “Ana, minha querida.... Dizem que o amor acaba, que o amor termina, mas não é verdade: nada acaba, tudo dura, conitnua... E se transforma... Enquanto eu aguardava aquela cirurgia, mil anos se passaram... As duas estavam lá dentro e eu pensava: se acontecer alguma coisa com elas, eu morro, e ... Quando a gente morre, dizem que passa um filme da nossa vida na nossa cabeça e, por isso, eu vi... Vi vocês duas, meninas, chegando na nossa casa... Vi nós três juntos, ainda pequenos, em tantos e tantos momentos...Vi você erguendo taças, troféus; tua imagem na revista, inacessível, distante da criança que eu era, e que você também.... Depois a nossa fuga... E o nosso medo e a nossa coragem... E o salto em rede que, tantas vezes, se chama amor.... Vi você soltando e, no fundo dos seus olhos, como um rio, tudo o que a gente não tinha vivido... A partir daí, eu me vi dividido, entre dois amores, entre duas vidas: uma que eu estava vivendo, e outra, que eu jamais tinha podido viver... E durante os meus piores momentos, enquanto eu aguardava naquela sala... Como se a doença da nossa filha tivesse curado; eu entendi que não havia mais divisão nenhuma, o que tinha sido vivido. O que tinha ficado pra trás...tudo era parte de uma mesma história, de uma mesma vida, e de um mesmo sentimento... AMOR... E foi então, que eu vi, nós dois juntos, cruzando a fronteira...”
Ana: “ Como se eu tivesse alcançado a outra margem de um rio... O rio onde a gente se amou pela primeira vez; o rio do meu acidente... Mas sempre um rio... E porque, naquele momento, eu precisava ser forte – finalmente, e sem escapes – eu consegui atravessar aquele rio eterno; como se, num instante, eu tivesse vivido todo os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando... Do outro lado da fronteira que, sem perceber, nós já tínhamos cruzado; uma infância compartilhada, uma adolescência truncada, uma juventude não vivida... Do outro lado de cá, dois adultos maduros, finalmente libertos daquele fardo pesado, feito de lembranças e sonhos antigos... Porque há sonhos novos do lado de cá da fronteira... E agora podemos viver”

Um comentário:

  1. Muito lindas suas frases,esta da Ana e do Rodrigo é maravilhosa.Você tem aquela da dona Iná sobre o tempo na novela A Vida da Gente tb?
    Beijo!

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