20 de março de 2015

Ciclo natural da vida (Simone Fernandes)

Quando nos deparamos com a morte levando pessoas tão novas, mudando o ciclo natural da vida, nos dá uma sensação tão grande do quanto fútil e mesquinhos somos nós.

Sempre achamos que a morte vem para aqueles que tanto viveram, para aqueles que plantaram suas árvores, tiveram os filhos e talvez tenha faltado somente escrever o livro...

A vida e a morte são duas coisas que mexem demais comigo, amo ver um bebê, amo o sorriso dos pais diante de um nascimento... já a morte é algo que trás à tona toda minha fragilidade, me mostra o quanto não estamos preparados para o Adeus!

Ouvimos tanto o clichê de que a vida é curta e devemos aproveitá-la ao máximo;  me pergunto: O que nos falta para viver a vida tão bem? O que nos falta para sermos pessoas melhores? Porque preferimos criticar as pessoas ao invés de tentar entende-las? Porque é tão difícil pedir perdão? Ou ainda porque é tão difícil perdoar? E o sorriso? O quanto é bom recebe-lo, mas para muitos, como é difícil dar-lhe.


Hoje eu parei para pensar no quanto nossa vida é passageira, sendo ela de 1 dia ou de 100 anos. E percebi que a única certeza que temos é que não sabemos quantos anos ou até horas teremos, mas nossa existência não terá o menor sentido se não formos pessoas melhores. Pode não dar tempo de deixar a árvore, filhos e o livro, mas pode ter dado tempo de marcar uma outra vida para sempre. (Simone Fernandes)

19 de março de 2015

Aniversário 17/03/2015 (Simone Fernandes)

Segundo o Wikipédia: é a repetição do dia e do mês em que se deu determinado acontecimento. Num sentido mais geral, refere-se à comemoração de periodicidade anual de qualquer evento importante; como o nascimento de alguém.
E hoje é meu aniversário, dia em que agradeço a Deus por permitir mais um ano de vida, dia em que sinto tanta saudade por estar tão longe dos meus pais e meus irmãos, dia em que penso na minha vozinha, dia em que passa um filme pela minha cabeça por tudo que vivi.
Dia que me faz lembrar do meu primeiro dia de aula, do meu primeiro bolo, do meu tombo na escola, da alegria em receber minhas amigas em casa, das cobranças do meu pai e da doçura da minha mãe, das trocas de segredo, do meu fusquinha, do meu primeiro aniversário em São Paulo (morando sozinha e passando ele sozinha), da minha tão sonhada bolsa e também da minha primeira viagem. Dia em que conheci a minha vidinha e do dia em que concretizamos esse amor.
São tantas lembranças e tamanha gratidão.
Hoje o aniversário é meu e o que faço é pedir a Deus para abençoar cada pessoa que tem um espaço todo especial no meu coração. É graças a vocês que me tornei quem hoje sou.
Obrigada marido, pais, irmãos e amigos.
Muito feliz com as mensagens, ligações a abraços recebido hoje.

Feliz Aniversário (Martha Medeiros)


Ela sabe que é um pensamento improdutivo, mas mesmo assim se preocupa com a passagem do tempo, parece uma menina assustada diante do acúmulo de números que sua idade vem ganhando. Não entende onde foram parar seus 16 anos, seus 21, seus 29, seus 35, seus 42. 

Ora, onde eles podem estar? Todos ainda dentro dela. 

Ao assoprar as velas, a sensação é de que o passado também se apaga e um presente totalmente novo é inaugurado. Sendo virgem da nova idade, é como se estivesse nascendo naquele específico dia com pequenas rugas e manchas surgidas subitamente, e não trazidas do antes. Como se estivesse vindo ao mundo na manhã do festejado dia com os quilos, as dores e os limites de um adulto recém-nascido e com uma expectativa de vida mais curta, sem registro algum do tempo transcorrido até ali, aquele tempo que sumiu. 

Sumiu nada. 

Você tem seus 16 anos para sempre. Seus 21. Seus 25 e todos os outros números que contabilizou a cada aniversário: você tem oito anos, você tem 19, você tem 37. Você só ainda não tem o que virá, mas os anos que viveu ainda estão sendo vividos, são eles que, somados, lhe transformaram no que é hoje. Sua idade atual não é uma estreia, você não nasceu com esses anos todos que sua carteira de identidade diz que você tem. Só o dia do seu nascimento foi uma estreia. Desde então, você nunca mais saiu de cena. Ainda estão em curso seus primeiros minutos de vida. 

Você ainda sente o nervosismo das primeiras vezes, as mesmas dúvidas diante das escolhas, o afeto por pessoas que foram importantes lá atrás, a adrenalina dos riscos corridos. Nada disso evaporou. O ontem segue agindo sobre você, segue interferindo na sua trajetória. É a mesma viagem, a mesma navegação. O meio de transporte é seu corpo, e ele ainda não atracou. 

Mas e todo aquele peso extra que você um dia jogou ao mar? Não muda nada. A viajante que durante o percurso vem se desfazendo de algumas coisas continua sendo você. Aquele instante aos 19 anos ou aos 26 em que você cruzou o olhar com alguém que modificaria seu futuro continua acontecendo, o ponteiro continua se mexendo, o tempo não parou. Desiludem-se os amantes apaixonados que, quando se instalam num amor maduro, não encontram mais a mágica anterior que fazia o tempo parar, mas não se deve ser tão fatalista, você não tem 18 anos, ou 37, ou 53. Você tem 18, 37 e 53. No que tange o tempo vivido, não há “ou”. São várias idades contidas numa frequência cardíaca ininterrupta. 

Você chegou a uma idade gloriosa, a idade de entender que não existem perdas, só ganhos. Não existe envelhecimento, e sim desenvolvimento constante. O tempo não passa, ele está sempre conosco. O novo não ficou para trás, ao contrário, o novo está adiante: na vida que ainda está por vir.

Seja bem vindo(a)!

"Só se vê bem com o coração o essencial é invisível aos olhos" (Saint Exupéry)